Forever and Ever

Luiza e Pedro se conheceram em 2006. Após 5 anos juntos, chega em 2011 o momento tão esperado: seu casamento.

terça-feira, 26 de março de 2013

Confissões de noivas




No meio da semana, no meio do dia, nem na metade do trabalho eu virava pro lado e ia tirar uma dúvida superimportante: Ju, será que esse penteado fica legal em mim? Difícil conversar sobre outra coisa quando sua cabeça só pensa em uma: casamento! Qualquer evento meia-boca vira desculpa pra você falar da sua festa. Se a musica não está boa você começa a pensar no que no tem que tocar, se o docinho é bom você pensa que também quer, se você vai em outro casamento começa a reparar em cada mínimo detalhe pra não esquecer de nada. E basta ter outra noiva na conversa pra tricotagem ser maior ainda, só que atenção meninas: nem todo mundo que casar!, ou pelo menos não agora. Tá bem eu sei, é inevitável, é mais forte que a gente, a ansiedade não deixa o cérebro controlar e lá tá você de novo falando sobre as toalhas que vai usar na mesa dos convidados. Sentimos muito, amigas (do trabalho, da faculdade, de infância), de só falar desse momento por quase um ano, é que a gente só quer dividir toda a alegria que fica dentro da gente com que a gente mais gosta!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Lar Novo Lar



Sempre tive muito medo, medo de tudo, medo do que não sei nem explicar de onde vem. Quando vejo filme de terror, não sei por que sinto tanto medo, juro que fico com pena de quem senta do meu lado, são tantos gritos, tantos sustos. E é assim com tudo na minha vida, até com uma coisa que é muito simples para a maioria das pessoas: sair de casa. Eu nunca tinha me mudado, nasci e cresci na mesma casa, passei 22 anos subindo e descendo as escadas para chegar naquele que era o meu porto seguro. Não importava o que tivesse acontecido na rua, não importava o quão difícil fosse o dia, a hora de voltar para a casa era revigorante. E eu agora teria que chamar de lar outra casa. Não que eu não gostasse da outra, não era isso, o difícil era deixar aquela. Fazer as malas e ver as coisas da casa nova se entulhando pela casa velha já me davam angústia. Não digo medo ainda, porque sei que medo eu não sentia disso, até porque decorei e arrumei tudinho do jeito que queria, medo eu sentia do que iria vir depois disso, da responsabilidade, da preocupação. Eu sabia que entrar de vez naquela casa, era um marco para o início da nova etapa, e que estava ficando cada vez mais perto. Mas foi querendo aproveitar as últimas vezes de tudo que percebi que não precisava me despedir. Aquela casa não seria mais o meu lar, mas levaria para sempre na lembrança.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Apesar de


No último domingo, quando comemorávamos o nosso último Dia dos Namorados, como namorados, me peguei rindo e chorando enquanto lia essa crônica da Martha Medeiros. Achei tão sincero, tão perturbador, tão a nossa cara:

Apesar de ela sempre reclamar do corte de cabelo dele e de também criticar o seu guarda-roupa (“onde é que você desencavou esta calça amarela”?), ele segue adorando esta ranzinza porque ninguém sabe, como ela, fazê-lo se sentir tão imprescindível na vida de alguém. Apesar de ele nunca querer sair com os amigos dela e implicar com o jeito que ela dirige, ela não o abandona nem sob decreto, porque ninguém, como ele, sabe fazê-la se sentir tão desejada. Não lembro quem disse que a gente gosta de uma pessoa não por causa de, mas apesar de. Gostar do que é gostável é fácil: gentileza, bom humor, inteligência, simpatia, tudo isso a gente tem em estoque na hora em que conhece uma pessoa e resolve conquistá-la. Os defeitos ficam guardadinhos nos primeiros dias e só então, com a convivência, vão saindo do esconderijo e revelando-se no dia a dia. Você então descobre que ele não é apenas gentil e doce, mas também um tremendo casca-grossa quando trata os próprios funcionários. E ela não é apenas segura e determinada, mas uma chorona que passa 20 dias por mês com TPM. E que ele ronca, e que ela diz palavrão demais, e que ele é supersticioso por bobagens, e que ela enjoa na estrada, e que ele não gosta de criança, e que ela não gosta de cachorro, e agora? Agora convoquem o amor pra resolver esta encrenca. O par ideal não existe. Esta tal de alma gêmea é uma invenção que colou não sei como, porque é só pensar um pouco pra ver que não faz sentido: seria uma sorte excepcional sua alma gêmea morar na mesma cidade, frequentar o mesmo clube e o mesmo bairro que você. Sua alma gêmea pode muito bem viver em Kuala Lampur ou em Helsinque, como é que você foi cair nos braços do primeiro candidato ao posto sem dar um giro pelo mundo antes? O que existe é uma necessidade de extravasar nossos sentimentos mais nobres, uma vontade maluca de pertencer emocionalmente a alguém. Existe um sexto sentido que nos conduz em direção a uma determinada pessoa, existe uma vontade de estar junto, de trazê-la para o nosso mundo e também de entrar no mundo dela, existe uma aversão à solidão que nos impulsiona para o desconhecido – ou para a desconhecida. E estes seres estranhos são gentis, bem-humorados, inteligentes, simpáticos, e o que mais? Ele deixa a casa esculhambada, ela é péssima cozinheira. Ele é pão-duro, ela gasta insanamente. Ele se irrita quando seu time perde, ela desmorona quando é criticada. Ele tem medo de altura, ela tem medo de tempestade. Ele chega atrasado, ela nunca está pronta. Ele é muito distraído, ela é muito ciumenta. Ele não gosta de sair, ela não gosta de ler. Ele dorme tarde, ela tem insônia. Ele é gremista doente, ela nem sabe o que é um escanteio. Mas se adoram, apesar de.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Mais uma vez

Quando os preparativos para o casamento começam vem junto uma sensação de estar vivendo um conto de fadas. É tudo tão mágico, cada segundo se torna especial. E no meio de tudo isso, uma coisa estranha começou a surgir em mim. Uma coisa que já existia, mas voltou a viver. Uma coisa engraçada e inesperada. Eu estava me apaixonando, de novo, pela mesma pessoa. Quando contei isso para o Pedro, ele riu. Parecia mais uma das minhas doideiras, mas não era não, eu tinha certeza daquele reavivamento! Deve ser porque quando a gente se prepara para o casamento não consegue mais brigar, não consegue mais discutir por coisa nenhuma. Voltei a enxergar a cor dos olhos do Pedro, não que ela estivesse esquecida, ou mesmo apagada, mas que diante da correria ela passava imperceptível. Não queria mais outra vida, queria amar e amar de novo, sempre a mesma pessoa.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Eu tive um sonho, vou te contar...

Chegou o grande dia, eu acordei e não estava nervosa, estava quase na hora e era a hora. Cheguei para me arrumar e o lugar era uma salinha nos fundos da igreja, meu vestido já estava lá, mas não tinha ninguém para me ajudar, nem para me maquiar nem para fazer o meu cabelo. Comecei a colocar o vestido, ele tinha um detalhe transparente em frente aos seios e com strass, muito strass, por todo ele, olhei ele todo no espelho, e foi nessa visão geral que dei nele que pude perceber que ele estava pescando, minhas canelas apareciam nele, eu odiava as minhas canelas por estarem de fora. Além de não ter ninguém para me ajudar não tinha nada para prender o meu cabelo, sai da salinha e fui até a igreja, alguns convidados já estavam chegando, mas parecia que ninguém conseguia me ver, até que eu encontrei um acessório, com uma perola e uma pena, que provavelmente já o tinha visto em algumas das vezes em que assisti “A lagoa Azul”, mas era o que tinha de melhor, para quem não tinha nada em mãos e nenhuma idéia porque a hora estava passando. Os sinos tocaram. Eu tinha que entrar, independente do quão horrorosa estivesse. Quando a porta da igreja abriu e a cerimonialista me entregou o buque, de lírios laranjas, ai eu não agüentei, eu gritei, ajoelhei, e comecei a chorar. Olhei pra frente e o Pedro também chorava, no ombro do meu pai, dizendo que sabia que ia dar alguma coisa errada. As vozes foram ficando longe, e cada vez mais longe. Foi ficando tudo escuro e de repente... eu acordei! Ahh... graças a Deus foi só um sonho. Abracei o Pedro e na manhã seguinte a primeira coisa que fiz quando acordei foi contar para ele, para que nada daquilo pudesse acontecer de verdade. Mas é inevitável sonhar, e com tantas coisas acontecendo na nossa cabeça, eu não conheço uma noiva sequer que não tenha tido um sonho desses antes do seu casamento. E não importa se você comeu comida leve ou pesada antes de dormir, na verdade, não importa nem se você comeu, se você tem 1% de ansiedade ela vai se transformar em sonho, acredite! Mas eu estava onde sempre quis estar, e tinha que aceitar tudo o que viesse junto com esse sonho, até mesmo os pesadelos.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Stress mode on

Eu não tinha porque considerar aquele dia diferente, não tinha nada de anormal para acontecer... mas isso era só o começo do dia. De manhã, minha produção já não estava muito boa, meu trabalho não estava rendendo, até que eu chefe me alertou isso, o que é muito diferente de você mesma perceber. Fiquei com aquilo na cabeça, mas nada que pudesse me chatear muito. O dia de trabalho acabou e já era hora de ir para UERJ, um caminho que toma quarenta e cinco minutos do meu dia, ou pelo menos, costumava ser assim. Eu já não estava mais tão bem, parecia que alguma coisa queria me tirar do sério, alguma não, muitas! O ônibus demorou uma hora e meia pra fazer o caminho de sempre, mas cada vez que ele andava mais veloz que uma lesma e fazia uma das trinta e sete paradas que fez, parecia que eu via um pininho da minha paciência se soltando. Era impressionante como eu não conseguia prestar atenção em mais nada, parecia uma afronta daquele motorista, hora parava em frente a uma obra com peões a todo vapor, hora parava em frente à igreja bem na hora do fervor do culto. Minha cabeça latejava, ouvia um zumbido como se fossem vinte crianças chorando por pirraça no pé do meu ouvido. Não preciso nem dizer que depois dessa perturbação toda, perdi a primeira aula, mas que mal isso podia ter? Eu agora estava livre daquele ônibus e de qualquer tormento que ele pudesse me oferecer. Cheguei à faculdade e corri pra falar com a professora, não sei se ela também estava tendo um dia difícil, mas não esperava que ao dizer que não consegui chegar a tempo para sua aula ela me respondesse "é, eu percebi" e virasse as costas antes que eu explicasse o porque. Imaginei naquela hora como seria bom gritar, chorar, e extravasar toda a raiva que eu estava de uma dia todo com aquela pessoa. Sabe aqueles flashs em que você vê tudo o que sempre sonhou fazer mas nunca teve coragem, então... foi exatamente isso que aconteceu. Meu dia ainda não tinha acabado e não tinha porque eu me aborrecer com mais alguma coisa naquele dia. Não via a hora de chegar em casa e contar para o Pedro como tinha sido horrível o meu dia, até que essa hora chegou. Disparei as palavras contra ele e não parava como uma metralhadora desregulada foi então que ele disse as palavras que mudaram o meu dia: "ta ansiosa amor?" um instante de silêncio pairou sob a sala. Eu fiquei calada, coisa que não fiz o dia inteiro. Foi um minuto de autoreflexao que me fez relaxar naquele dia conturbado: na era o meu chefe, não era o meu trabalho, não era o trânsito, não era a faculdade, era eu! Era uma questão muito mais importante para a minha vida, o meu casamento estava marcado, mas muitas coisas ainda não estavam definidas, algumas coisas da vida de casada eu nem podia definir agora. Eu percebi que a minha ansiedade ocupava 80% de mim e ou eu controlava ela ou ela continuaria a me dominar. Eu não tinha porque imaginar como as coisas aconteceriam no dia, elas aconteceriam independente do que eu criasse ou esperasse que acontecesse. Quando voltei a mim não tive como negar, dessa vez não tinha como discordar do Pedro. E por pura curiosidade perguntei se ele também estava, tinha absoluta certeza que ele diria não e ainda me daria um conselho de como superar. Segundo momento de silêncio do dia, ele respondeu "to", só isso, mais nada. Não adiantava buscar explicações, era um momento novo nas nossas vidas, tudo mudando, a gente mudando, e cada sentimento estranho aparecendo, que ninguém tinha avisado que apareceria, que não se pode estar sozinho. Se não for casal, se não for por algo mais, é melhor parar por aí, porque depois vem muito mais....